"Cegos os olhos, continuarias de qualquer forma,. presente,
Surdos os ouvidos, tua voz seria ainda a minha música,
E eu mudo, ainda assim, seriam tuas as minhas palavras.
Sem pés, te alcançaria a arrastar-me como as águas,
Sem braços, te envolveria invisível, como a aragem,
Sem sentidos, te sentiria recolhido ao coração como
o rumor do oceano nas grutas e nas conchas.
Sem coração, circularias como a cor em meu sangue,
E sem corpo, estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.
E eu morto, ainda assim por certo te encontrarias
No arbusto que tivesse suas raízes em meu ser,
- E a flor que desabrochasse murmuraria teu nome."
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